O encontro marcado em Belém com o mundo que tem os olhos voltados para o futuro do planeta ocorrerá de 28 a 31 de julho de 2022
Nos dias 12 e 13 de fevereiro foi realizada a primeira reunião Pan-Amazônica, para alinhar a organização do X Fórum Social Pan-Amazônico (Fospa), que terá como palco, a capital paraense. A reunião ocorreu no formato virtual e contou com a participação de representantes dos nove países da Pan-Amazônia, que debateram sobre a iniciativa de construção metodológica do Fospa e o papel dos Pré-Foruns.
O encontro destacou a programação para as quatro Casas de Saberes e Sentires, consideradas a espinha dorsal do X Fospa. Nelas serão realizadas as Rodas de Conversa, com convidados, e as Atividades Autogestionadas promovidas por entidades e movimentos, com títulos que já dimensionam a abrangência dos temas em pauta: Casa dos Bens Comuns; Casa dos Povos e Direitos; Casa dos Territórios e Autogoverno e Casa da Mãe Terra.
Para a abertura da programação, em 28 de julho, está prevista a Marcha das Mulheres, a partir das 16 horas, com ponto de partida da Praça da República para o Mercado de São Brás, que celebrará, ao final, a história de lutas da Amazônia Internacional, com espaço para relatos dos Pré-Fóruns e das Iniciativas de Ação.
Ato em Homenagem ao(as) Mártires da Amazônia; Tribunal Internacional pelos Direitos da Natureza e o Tribunal da Mulher, entre outros atos, estão programados para o maior auditório da UFPA. Ao ar livre acontecerão os Atos Públicos contra o Fascismo, o Autoritarismo, o Fundamentalismo e o Ecocídio.
Pela terceira vez Belém sediará o Fórum Social Pan-Amazônico (Fospa). Após quase 20 anos, o Fospa voltará a Belém, em sua décima edição, no Campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), banhado pelas águas do Rio Guamá. Com a presença de movimentos sociais, povos indígenas, ambientalistas, professores, cientistas e autoridades internacionais interessadas em consolidar caminhos e soluções em defesa da Amazônia, terão participarão decisiva os nove países que integram a pan-amazônia: Brasil, Bolívia, Venezuela, Suriname, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Colômbia e Equador. A estimativa é de que movimentos da Europa e Ásia também se juntem ao fórum.
Movimento crescente
Veterana em sediar um evento de tamanha magnitude, Belém, que já recebeu o Fospa em 2002 e 2003, está preparada e estruturada para os quatro dias de evento adotando todas as medidas necessárias, com a segurança que o momento pandêmico exige.
O Fórum Social Pan-Amazônico foi criado em 2002, na gestão do prefeito Edmilson Rodrigues, que traz mais uma vez um movimento nacional contra políticas que atuam na perspectiva da destruição da Amazônia. O encontro é realizado bienalmente, e o último aconteceu em Mocoa, na Colômbia, de forma virtual, por conta da pandemia.
Para Luiz Arnaldo Campos, membro do Comitê organizador, o encontro é fundamental para a discussão de políticas que visem solucionar os problemas enfrentados pela Amazônia. Na sua visão, ao ser criado, “o Fospa perseguia uma utopia”. E explica: “A Amazônia, com centenas de povos, uma diversidade absurda, dois terços da floresta em território brasileiro e o terço seguinte compartilhado por oito países, precisava ter interesses comuns. Interesses que se criam a partir do enfrentamento com o capital e o projeto de submeter a região à visão colonial de que os territórios existem para que os centros desenvolvidos extraiam lucro, muito lucro. O Fospa veio para isso: unir forças no enfrentamento ao capital”.
A realização do fórum em Belém também fomenta a economia, com o crescente movimento de participantes e turistas na cidade, além de gerar emprego e oportunidades a pequenos empreendedores, seja no ramo da comercialização de produtos locais, na alimentação, ou outros meios que geram renda.
