Fospa participa de reunião conjunta em defesa do Waiãpi

Fospa Colombia
Fospa Colombia julio 30, 2019
Updated 2019/07/30 at 3:53 PM

MOVIMENTOS SOCIAIS, ORGANIZAÇÕES E LIDERANÇAS INDÍGENAS SE REUNIRAM NA PRAÇA FLORIANDO PEIXOTO, NO DIA 28 DE JULHO DE 2019, EM DEFESA DOS POVOS INDÍGENAS DO AMAPÁ E NORTE DO PARÁ, COM O LEMA “UNIR PARA ORGANIZAR, FORTALECER PARA CONSTRUIR” E COM A PERGUNTA: QUANTO VALE O SANGUE INDÍGENA?

           Neste ato, externamos nossa indignação, construímos estratégias e pautamos uma agenda de resistência contra a invasão da Terra Indígena Wajãpi, as violações de direitos humanos, dos territórios e da natureza. Durante o ato, representantes de movimentos sociais e lideranças indígenas, prestaram solidariedade aos povos indígenas da Amazônia brasileira e em especial os Wajãpi, e também fizeram monção de denúncia e repúdio.

            Reafirmamos que os povos indígenas vivenciam o Bem Viver a partir de sua cosmovisão, como processo de defesa dos territórios e o cuidado com a natureza e lutam por seus direitos, fazendo-nos refletir sobre como nos relacionamos com nossa ancestralidade, identidade, com a natureza, com nossos territórios caminhos de vida e com o mundo.

            REPUDIAMOS VEEMENTEMENTE a invasão de garimpeiros na Terra Indígena Wajãpi, colocando em risco a vida do povo, o caso ocorrido nesta semana na Terra Indígena Waiãpi sobre a invasão de garimpeiros em seu território já demarcado e homologado, não é um caso isolado, outras terras indígenas também estão sob ameaça. O problema, portanto, não é pontual e tem a ver com a conjuntura política, e a articulação dos movimentos populares tem que pautar essas questões de forma macro. Porque na pior, os Wajãpi podem ter apoio para resolver hoje, mas outros povos e em outros momentos isso deve acontecer de novo.    

É preciso mobilizar as pessoas para garantir os direitos dos povos indígenas sobre suas terras, sobre seus modos de vida. Que o Estado assegure condições para isso e garanta saúde diferenciada, vigilância e fiscalização das terras indígenas, evitando que os indígenas morram pouco a pouco…

Assim como em outros casos recentes, são cenas, já vistas há bastante tempo, mas nos últimos meses, os ataques aos territórios indígenas, seja para exploração garimpeira, madeireira grilagem ou qualquer outro tipo de violação dos direitos humanos e dos territórios indígenas.

Neste momento o maior inimigo dos povos indígenas, é o senhor presidente da República Jair Messias Bolsonaro e seus ministros e aliados anti-indígenas, onde vem sistematicamente, desde da época da sua campanha e agora em seus 7 meses de governo, atacando os povos indígenas, criminalizando lideranças e organizações indígenas legitimamente representativa desses povos, cooptando e jogando indígenas contra indígenas e tentando a qualquer custo usurpar os direitos sociais e territoriais garantidos a população indígena; armando nas bases os inimigos dos povos indígenas e acirrando intensamente o conflito nos territórios – isso tudo com o intuito único e exclusivo de privilegiar os históricos invasores das terras indígenas, seus aliados políticos e aos inimigos dos povos indígenas, para a exploração das terras indígenas, dos territórios e da natureza, com o antigo discurso de “desenvolvimento social e econômico do país”

ENCAMINHAMENTOS: continuaremos fazendo luta e resistência, continuaremos nas trincheiras da guerra das narrativas, produzindo, cartas, notas, monção de repúdio e denúncia, publicando vídeos, entre outros instrumentos que a mídia alternativa e independente nos permite; estaremos realizando reuniões de articulação, marchas, caravanas, rodas de conversas, círculos de cultura, construção de uma agenda comum, visita e atividades às casas de apoio, ente outras atividades. Desde já convidamos todas e todos para mais uma rodada de articulação e encaminhamentos em defesa de nossas irmãs e irmãos.

Com relação a essa atividade, o comitê da Fospa Amapa observa:

Reunimos ontem na UEAP com participação do FOSPA, REPAM, FACADE, CPT, ARTICULAÇÃO DE MULHERES NO AMAPÁ, Associação de Guardas-parque do Amapá, Teia Ativista, Mídia Ninja, UEAP, UNIFAP, MAB, Sindicatos, Associação de Agricultoras e agricultoras, Sindicato de Agricultoras e Agricultores, juventude, estudantes, professores, pastorais e uma liderança indígena jovem Waiãpi – Makreito Waiãpi.
Tiramos como encaminhamentos:

  1. Terça(hoje)- reunião com as comissões de articulação, comunicação, mobilização e programação  às 17 horas na UEAP;
  2. Quarta – Participação em massa junto a atividade alusiva ao Dia Mundial dos Guardas-parque na Floriano Peixoto às 15 h
  3. Quinta –  Coletiva de impressa com jornalistas e mídias livres e independentes em âmbito local, nacional e internacional às 16 h
  4. Ato proposto para sexta, dia 02 em frente ao Ministério Público Federal;

Nosso principal objetivo é construir uma espécie de escudo humano de observação pela paz, em defesa dos povos indígenas, em defesa do território e da natureza com  representatividade de ong’s, movimentos, organizações, coletivos, indígenas e intensificando a possibilidade da criação  de um Tribunal Popular criado e gestado pelos movimentos e organizações indígenas, FOSPA, juristas, advogados, estudantes e docentes da área de direito, defensores públicos e  pesquisadores.
Com isto, nós, das organizações sociais solicitamos uma reuniao com o IEPÉ, com as organizações indígenas Waiãpi,  com a APOIANP e a quem mais for de interesse.

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