A iniciativa pela criação de atlas Panamazônico de conflitos inicia nova etapa

Fospa Colombia
Fospa Colombia octubre 28, 2019
Updated 2019/11/12 at 12:51 PM

“A região da Panamazônia envolve milhões de pessoas e centenas de povos, que vivenciam sua identidade a partir de sua relação com a água e com a mãe terra, elementos fundamentais de sua sobrevivência e existência. Estes povos, apesar de ter assegurado seu direito à vida pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, de fato estão gravemente ameaçados por grande ataque do capitalismo em três frentes: A violência institucional, jurídica e econômica. Este ataque ameaça no apenas a natureza, com uma biodiversidade única no Planeta, mas também a todos os povos que secularmente habitam estes territórios. “ (Texto do subsídio “Um Atlas em Construção)”

Escrito por: Josep Iborra Plans,  Porto Velho, Brasil

No Fórum Social Panamazônico de 2006 em Tarapoto (Peru) já foi divulgado o primeiro ATLAS DE CONFLITOS DA AMAZÔNIA, recolhendo dados do Brasil elaborados pela Comissão Pastoral da Terra, que mostra esta realidade. Comprovamos que na Amazônia de todos os países vivemos problemas semelhantes. De lá saiu a iniciativa de criar um segundo ATLAS alcançando mais áreas da Panamazônia, para ser apresentado no FOSPA de 22 a 25 de março de 2020, em Mocoa.

O Atlas de Conflitos Panamazônicos recolherá informações do período de 2017 e 2018 sobre os conflitos, a violência no campo e o desmatamento, mapeando a situação de Bolívia, Brasil, Colômbia e Peru. Os dados de conflitos em cada país foram recolhidos por diversas instituições: Em Bolívia, com trabalho do “Centro de Investigación y Promoción del Campesinado” (CIPCA) e da “Confederación Nacional de Mujeres Campesinas Indígenas Originarias de Bolivia – Bartolina Sisa” , conhecidas como “As Bartolinas” (CNMCIOB-BS);  em Perú, do “Instituto del Buen Vivir” (IBV); em Colômbia, pela “Associação Minga” e a “Universidad del Amazonas”; e em Brasil, pela Articulação da Amazônia da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Após esta etapa de recolhida de dados dos conflitos existentes nestes quatro países da Amazônia, em outubro a criação de um Atlas Panamazônico de Conflitos iniciou uma nova etapa, começando a elaboração dos mapas por um grupo de especialistas em geografia, trabalho que está sendo desenvolvido em Amapá, Brasil, pelo “Grupo de Extensão e Pesquisa sobre Terra e Território da Amazônia” da UNIFAP, a Universidade Federal do Amapá, dirigido pela Geógrafa Patrícia Rocha.

Equipe do Grupo de Extensão e Pesquisa sobre terra e território da Amazônia da UNIFAP elaborando os primeiros mapas sobre conflitos 2017/2018 na Amazônia. (Foto de Patrícia Rocha)

Apresentação em roma dos dados iniciais, durante o sínodo da Amazônia

Enquanto segue um processo de revisão, estes primeiros dados deram como resultado um subsídio (em anexo em português e espanhol), apresentado em diversas línguas na Casa Comum da Amazônia, atividade paralela realizada durante o Sínodo da Amazônia em Roma.

O material de quatro páginas, foi publicado por uma das entidades financiadoras da iniciativa: CCFD-Terre Solidaire, destinado aos fiéis católicos e curiosos que visitam Roma durante o Sínodo. E apresenta resultados parciais somando os Conflitos da Amazônia boliviana, brasileira, colombiana e peruana, com mapas com a origem étnica dos grupos que sofrem os conflitos, com as principais causas dos conflitos e informações sobre a violência (assassinatos), divulgando dados sobre o aumento do desmatamento no Brasil em 2019.

O subsídio foi apresentado em Roma no dia 23 de novembro por uma das coordenadoras do projeto, Maria Darlene Braga, do Brasil, em preparação do FOSPA 2020, com presença de representantes do CIMI, Misereor, indígenas, Pastoral da Terra do Peru, REPAM panamazônica, CIDSE, CCFD, jornalistas, Equipe Itinerante,  Ameríndia, Caritas Francesa, REPAM Brasil, Entraide et Fraternité da Bélgica e a CPT, entre outras entidades, com muito boa avaliação de todos. Atualmente o material está sendo levado também por Darlene e CCFD para ser apresentado e divulgado na França.

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